Autora: SILVA, Rita de Cássia Maia da.
https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2065419
Resumen
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Um estudo da representação e do significado da identidade negra em Salvador, mais acentuadamente dos artifícios cosméticos de manipulação da aparência, iniciando por um traçado evolutivo desta imagem, desde as fotografias de negros do século XIX, chegando à estética e aos espetáculos dos blocos afro, mais especificamente da mudança radical produzida pela Associação Cultural Bloco Afro Ilê Aiyê e a Associação Cultural Olodum as quais, ao se inserirem no mercado globalizado enfatizando as diferenças locais, adotam duas vertentes para construção identitária; o primeiro em um estilo mais tradicionalizante e voltado para a ênfase da matriz africana e o segundo na busca de um padrão Afro-pop mais adequado à veiculação de produtos da indústria cultural. O trabalho observa os lucros obtidos dessas duas entidades nas suas estratégias de sobrevivência no mercado do entretenimento e no seu trabalho assistencialista, ultrapassando o enriquecimento particular de seus agentes, estendendo seus benefícios à comunidade de origem, servindo ainda como referência local e global da resistência de uma identidade negra na diáspora. Tomamos essa trajetória como a evolução de um conjunto de estratégias de inversão da imagem tradicionalmente negativa do negro, para uma mais positiva no vocabulário imagético cotidiano na cidade. Por fim, identificamos o aparecimento destas e outras entidades como a manifestação local do fenômeno de ressignificação da imagem do negro através de recursos espetaculares e midiáticos ocorrida em nível internacional desde a década de 70.